À flor da pele

sexta-feira, 3 de abril de 2009


A pedra filosofal sempre foi um mito a ser desvendado pela humanidade para se obter a fonte eterna da juventude. Também o são, com grande frequência, os afrodisíacos naturais que aumentam a libido e estimulam o desejo sexual das pessoas. A diferença entre a pedra da juventude e os afrodisíacos é que os segundos existem na natureza.


Nas baladas noturnas de São Paulo, um velho e recorrente afrodisíaco dos interiores brasileiros virou uma espécie de hit, um energético natural sobre o qual se creditam propriedades mágicas. A verdade é que não há mágica. Um dos elementos da planta causa, mesmo, sensações agradáveis.


A catuaba (Erythroxylum catuaba), em contraste com os efeitos que causa, é uma árvore pequena. Mas vigorosa. Produz pequenos frutos ovais, amarelados e não-comestíveis. É uma planta típica da Amazônia e a aplicação, na verdade, vem a partir de infusão das raízes da árvore. Geralmente, usa-se a catuaba em adição a outras bebidas. Mas, há quem a prefira pura para obter mais consistência, digamos. Os índios tupi foram os primeiros a descobrir as qualidades afrodisíacas da catuaba.


Ingerida, a catuaba causa formigamento ao longo da coluna e aumento da sensualidade, que fica, literalmente, à flor da pele (é verdade, já experimentei). A pele e os órgãos genitais tornam-se mais sensíveis. Mas a catuaba não é só sexo! Tem uso terapêutico, com aplicação no equilíbrio do sistema nervoso. Bom isso! Creio que é melhor do que camomila.


O consumo padrão no Brasil é de uma parte de catuaba para uma parte de álcool (destilados como cachaça, por exemplo). É assim que a bebiba é vendida. Mas a infusão pode ser adicionada a licores e energéticos também. E serve como base para produções na cozinha, geralmente misturada com outros ingredientes. Agora, não exagera. Se você realmente precisar de efeitos mais fortes, melhor recorrer ao Viagra.

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30 de dezembro de 2020 às 20:39