Ontem: tomar um copo de vinho durante as refeições faz bem à saúde. Hoje: tomar vinho todos os dias pode afetar o coração. Amanhã: o vinho faz bem, desde que tomado em doses moderadas e, de preferência, pouco antes das refeições. Afinal, o que é certo? O que faz bem?
Devo tomar alguma coisa ou comer algo por que faz bem, por que todo diz que é bom ou por que eu gosto e pouco me importo se faz mal ou não? Nessa era de incertezas, em que sabemos tanto que acabamos por não saber nada, um livro tenta combater os lobbies da indústria alimentícia que, de tempos em tempos, privilegiam os carboidratos, as proteínas ou os lipídios.
O Livro é "Em Defesa da Comida - Um Manifesto", de Michael Pollan - Editora Intrínseca - 271 páginas e aborda a evolução da cadeia alimentar moderna e as consequências da comida industrializada sobre o humano que ousa viver nos dias de hoje.
Pollan discorre, ao longo do livro, sobre várias formas de se combater isso e tem, como, de resto, qualquer um de nós, um monte de ideias para mudar o mundo. Por fim, recorre às mais familiares e próximas soluções assim como cada um de nós o faria, se é que nos resta a memória afetiva e gustativa mais ou menos recente: o negócio é comer a comida da avó, diz o autor: "Coma comida. Não muita. Principalmente vegetais", escreve, cheio de convicção.
Embora eu saiba - e creio que você também - que ele (e sua avó) está certo, o que fazer com as maravilhas, modernas ou não, que passam longe do verde de legumes e vegetais? Desprezar os doces, esquecer que existem carnes, abandonar as pastas, beber apenas água?
Bem, o livro não é uma encíclica papal a ser seguida for fiéis. No entanto, é um alerta de como a indústria, que visa apenas ao lucro, comanda a cadeia alimentar de pelo menos 80% da população urbana mundial (cerca de 20% das pessoas ainda vivem em regiões rurais).
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