A codorna-do-campo (Nothura maculosa), também conhecida como codorna-comum, perdizinho e codorna-amarela foi, durante muito tempo, a nossa ave de caça por excelência.
Mas, é bom lembrar que a caça de qualquer espécie de animal silvestre é proibida no Brasil desde 1967. Mesmo assim, me lembro vagamente que, no sítio do meu avô, onde havia muitas codornas-comuns, iam uns amigos portugueses (ou seriam espanhóis, talvez), com cachorros perdigueiros para caçar a codorna.
Minha mãe deve saber dessas histórias melhor do que eu. Tudo o que lembro é que aqueles caçadores levavam cachorros e espingardas e saíam para o mato para caçar as pequenas aves. Depois, voltavam com uma série de codornas dependuradas.
A codorna-comum existe no Brasil há mais de 20 mil anos e sempre fez parte da alimentação dos índios. A ave é confundida com a codorniz européia, mas, são espécies completamente distintas. A nossa cordona é da família dos tinamídeos (da qual fazem parte o macuco, a azulona, o inambu e a perdiz).
No Brasil, há apenas três raças de codorna: a codorna-comum ou perdizinho (a Nothura maculosa), a codorna-mineira (Nothura minor) e a codorna-buraqueira (Nothura boraquira e Taoniscus nanus). Essas aves vivem entre o Rio Grande do Sul e a Bahia.
Os pratos mais atraentes são os de codorna assada. Mas, a ave também é servida frita, como um frango a passarinho. As aves de caça, em geral, vão muito bem com purês e risotos. E, claro, vinhos. No Brasil, há criação comercial de codorna-comum e não é difícil encontrar a ave em supermercados.
Agora, lá no interior, no sítio do meu avô, eu nunca mais vi codornas. Creio que os caçadores (portugueses ou espanhóis) foram responsáveis por dizimá-las, com suas espingardas de canos longos e cachorros perdigueiros que, durante muito tempo, fizeram parte do cenário da minha infância.
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