Os sabores do Acre não são acres. Ao contrário, convidam à degustação. A palavra acre, na forma adjetiva, significa azedo, ácido, áspero, seco. O Acre não é nada disso. A gastronomia típica do Acre reúne cozinhas impensáveis como a herança síria e libanesa e mistura as influências nordestinas e do vizinho Pará. E, claro, da cozinha boliviana, já que o Acre era, antes, território da Bolívia.
(Pirarucu de Casaca)
A influência de países tão distantes quanto a Síria e o Líbano vem do desmantelamento do Império Turco-Otomano, entre 1915 e 1922. A Turquia, ainda no comando do Império Turco-Otomano, dominou a Síria até 1992. O Líbano surgiu como país em 1916, após acordo firmado entre França e Grã-Bretanha, que detinham o controle das colônias do Oriente Médio. Esse tratado entre França e Grã-Bretanha definiu as fronteiras da região toda, o que inclui Síria e Líbano. Enquanto o antigo império turco se desmantelava, imigrantes da região começaram a chegar ao Brasil, ainda com passaportes turcos. Portanto, não havia distinção entre sírios e libaneses e todos foram chamados de turcos.
(Saltenha)
Os sírios e libaneses entraram no Brasil por diversas rotas e uma dessas rotas terminava em Belém, no Pará. De Belém, os imigrantes iam para Manaus, no Amazonas, e depois para o Rio Branco, no Acre. E foi dessa forma que as gastronomias síria e libanesa chegaram à região.
O nome "acre" vem da palavra tupi "aquiru", que significa rio verde. Por coincidência, o nome da capital é Rio Branco, em homenagem ao Barão do Rio Branco, que foi um dos responsáveis pelo Tratado de Petrópolis, acordo com Brasil e Bolívia que garantiu a anexação do Acre ao Brasil.
(Tabule)
No Acre, a comida típica usa o pato e o pirarucu (herança indígena), o bobó de camarão, o vatapá e a carne de sol com macaxeira (herança nordestina). São comidas típicas do Acre alguns pratos como:
Café da manhã
- Café
- Leite
- Pamonha
- Macaxeira (ou mandioca ou aipim) cozida
- Tapioca
- Banana frita
- Mingau
- Cuscuz
- Frutas
(Tacacá)
Lanches
- Mingau de banana e tapioca
- Cuscuz de milho
- Tapioquinha
- Quibes de macaxeira e arroz
- Tacacá
- Bananinhas fritas doces e salgadas
- Charutos mariolas
- Salames de cupuaçu
- Esfiha
- Saltenha (de origem boliviana)
(Bananada)
Prato principais
- Carne de sol
- Baião-de-dois
- Panelada (buchada-de-boi)
- Feijão ao leite de castanha do Brasil
- Pato no Tucupi
- Rabada no Tucupi
- Cozidão
- Pirarucu de Casaca e ao leite de castanha do Brasil
- Tambaqui Grelhado
- Quibe cru e assado
- Tabule
(Sorvete de Graviola)
Sobremesas
- Pudins
- Cremes
- Sorvetes de frutas (maracujá, cupuaçu, açaí, graviola, jaca, abacaxi, buriti, beribá, cajá, entre outras)
- Cocadas
- Salames de Cupuaçu
- Castanha do Brasil
- Bananadas
Em tempo: o acre é uma medida de área do Sistema Internacional de Unidades (SI) que equivale a 4.046,85642 m2. O Estado do Acre tem uma área total de 152.581,388 Km2. Logo, o Acre tem cerca de 38 acres.
Comments
3 Responses to “Acres sabores?”
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"bananada"... me lembra, até à mais remota infância, uma acto tern
19 de outubro de 2008 às 13:56urento que adquiri de meus avós (?)...creio que sim, tão longínquo é o tempo... a "narizada"... que consistia em esfregar ora para a direita ora para a esquerda, o nariz, de encontro ao outro nariz...era uma espécie de cumprimento especial, menos ordinário do que o abraço ou beijo no rosto...a "narizada"... :-) já "ensinei" a saudação a meu filho e me surpreende sempre, tão alienado ando, quando ele se recorda e me comprime junto do seu rosto e encosta seu nariz ao meu... e aí eu lembro! não tem propriamente comida associada, mas a recordação surgiu a partir da banana,...rss
Caro, vejo que já me encontrou na nova casa. Bem-vindo! Gostei dessa versão de carinho nariz-nariz. Me parece que se tivéssemos mais manifestações do tipo, as pessoas parariam de meter o nariz onde não são chamadas. Quanto ao fato de não ter associação com a comida, discordo. Não sei bem explicar porque, mas, as boas lembranças estão quase sempre associadas a igualmente bons momentos de cozinha e de refeições, principalmente lá nos idos da infância. Abraço!
20 de outubro de 2008 às 00:56Atyé 1992, disse? Deve haver aí um número equivocado, escrito por engano.
5 de outubro de 2011 às 12:52Postar um comentário