Farinhas as há aos montes. Montiúculos, melhor dizê-lo, porque uma farinha de trigo para preparar o pão começa numa pequena montanha.
Mas, a farinha de trigo não me soa tão brasileira assim. Sim, há plantio de trigo no Brasil, mas, grande parte da farinha do pão de cada dia vem da Argentina.
Quero é falar das farinhas da terra: a farinha de mandioca, de milho, de fubá, farinha d'água, farinha de rosca, farinha de banana. São tantas e variadas. Tantas farofas. Cada casa tem uma especialidade de farofa. Come-se farinha de Norte a Sul. O Brasil são duas regiões farináceas: a de mandioca e a de milho. A região da farinha de milho abrange o Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste. A região da farinha de mandioca fica com a outra metade: parte do Centro-Oeste, Norte e Nordeste.
As farinhas de milho e de mandioca podem ser consideradas produtos legítimos, cujas culturas - mandioca e milho - são ancestrais. À massa de mandioca mole se dá o nome de puba. Ao se peneirar o puba, se tem o beiju ou a farinha.
O beiju é doce ou salgado, assim como o polvilho. Há a farinha de tapioca, de goma pura de mandioca, bem sequinha. Chibé é qualquer mistura de farinha com água.
A farinha pode ser usada das mais diversas maneiras: no cuscuz, na farofa, na tapioca, no pão, no sequilho, no biscoito, em bolos, com feijão, com peixes e pirões. Tudo vai bem com farinha de mandioca e de milho. Broa de milho lembra café da manhã da roça. Que lembra milho verde assado na brasa.
A farinha não tem limites. Branca, amarela, douradinha. Empacotaram a farofa, embalaram o beiju. Mas, a farinha é alimento básico. Com água, é puba. É alimento básico, sem frescura. A farinha vira sopa. Vira bolinho, transforma-se em capa de carne, de peixe, de frango. O frango come o milho e o frango vai bem com farinha de milho. Não tem preconceito com a farinha. Branca ou amarela, a farinha é nacional, brasileira.
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