Tem cada coisa que parece até invenção. Acho que, de acordo com a origem bíblica ou darwiniana do universo, animais, vegetais e minerais se desenvolveram como dava. Quer dizer, não houve um ordenamento inicial. Era - e é - um arranjo, experimentos para ver como fica melhor.
Por isso, não me espanta que alguns bichos pareçam plantas ou rochas e vice-versa. Inclusive, tenho para mim que alguns humanos são bem parecidos com bichos. Mas, isso é outra história.
Um caso de planta que ainda não se decidiu entre o reino vegetal e animal é a da mama-cadela (Brosimum gaudichaudii Tréc): quando no caule da árvore, essa fruta se assemelha às mamas de cadelas, daquelas que vemos com várias crias. Sabe? Seis cachorrinhos, todos meio por cima um do outro.
A mama-cadela, também chamada de mamica-de-cadela, mururerana (ufa!), irerê, algodão-doce e algodãozinho é uma árvore do cerrado brasileiro (região Centro-Oeste). Essa árvore produz um fruto pequeno que, quando maduro, é de cor alaranjada. É uma espécie nativa silvestre. A associação com cadelas que amamentam também tem a ver com o fato de que pequenos animais ficam sobre as patas traseiras para sorver o sumo da fruta, o que remete, de novo, à cena da amamentação.
A mama-cadela produz um suco adocicado e lembra, de longe, goma de mascar. A fruta pode ser usada como base para sorvete e também na produção de doces. Mas, a melhor definição para a mama-cadela é a de chiclete natural. Pode-se dizer que a fruta é o chiclete nativo: a princípio, doce, e, depois, perde o sabor e fica apenas um resíduo sem graça, feito uma goma de mascar devidamente triturada por longos períodos. Só não faz bolinha. Ou faz?
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