O primeiro virgem brasileiro

terça-feira, 17 de março de 2009


Sempre que se fala de azeite, de imediato a palavra me remete aos países mediterrâneos - Grécia, Portugal, Espanha, Itália -, tradicionais produtores desse alimento derivado da azeitona, que é o fruto das oliveiras. Cerca de 95% do azeite mundial são produzidos nessa região e é uma surpresa constatar que as oliveiras podem florescer aqui no Brasil também, inclusive com a possibilidade do País tornar-se autossuficiente na produção tanto de azeitona quanto de azeite.


Há um projeto em curso na cidade de Maria da Fé, em Minas Gerais, conduzido pela Fazenda Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) que pretende viabilizar o azeite nacional. Maria da Fé é o município mais frio de Minas e, portanto, reúne as condições climáticas ideais para a produção do que seria o primeiro azeite extra virgem do Brasil.


Uma das peculiaridades da cidade de Maria da Fé é a profusão de oliveiras nas suas praças e ruas. Na fazenda experimental, há um ano foi feita oficialmente a primeira extração de azeite brasileira. Esse evento marcou cerca de 40 anos de pesquisas e deu início a uma fase de interesse econômico por parte dos produtores locais para o plantio de oliveiras e produção de azeite. O mercado brasileiro de azeite, estima-se, consome 60 mil toneladas de azeitonas e 35 mil toneladas de azeite por ano, segundo a Associação Brasileira de Produtores, Importadores e Comerciantes de Azeite de Oliveira (Oliva).


Esses 40 anos de pesquisa são rotina em Maria da Fé, conhecida desde a década de 40 como a "cidade dos olivais". Município de 15 mil habitantes, Maria da Fé inscreve seu nome na história do azeite ao tornar-se produtora pioneira de azeite extra virgem no Brasil. Atualmente, todo o consumo brasileiro de azeite e de azeitonas é provido por importações.

O azeite brasileiro, do tipo extra virgem (acidez inferior a 0,8%), é obtido a partir da prensa de azeitonas colhidas manualmente, feita poucas horas depois da colheita. Com isso, se obtém um azeite de melhor qualidade, equiparável aos azeites importados. No ano passado, foi colhida 1 tonelada de azeitonas e foram produzidos 200 litros de azeite brasileiro, de forma experimental. Para este ano, deverão ser prensados 600 quilos de azeitonas por mês, o que gera uma produção de 10 mil litros no ano.

Abaixo, um vídeo sobre a produção do virgem brasileiro:








Comments

3 Responses to “O primeiro virgem brasileiro”
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Anônimo disse...

Gosto muito de azeite. A boa comida portuguesa necessita de azeite. o meu prato favorito leva azeite...como vês, foi muito bom teres mencionado este produto imprescindível em qualquer mesa portuguesa. Fico muito feliz por estarem a tornarem-se auto-suficientes no que respeita ao azeite...assim poderão confeccionar muitos mais pratos deliciosos com azeite.

um beijo

Ana

17 de março de 2009 às 21:29
Redneck disse...

Ana, e graças à influência de vocês, portugueses, o azeite está bastante presente na nossa gastronomia. Eu, particularmente, sou adepto do azeite em vários pratos. Beijo!

18 de março de 2009 às 20:26
Anônimo disse...

O azeite é uma ótima alternativa de transferência de tecnologia para o campo. Deve ser bem estudado. Mentalidade

19 de março de 2009 às 11:49