O Brasil é um dos maiores produtores mundiais: são mais de 1 milhão de hectares em todo o País e principalmente no Estado de São Paulo: sozinho, o Estado produz 70% das laranjas e 98% de suco de toda a produção nacional.
(Bolo de Pudim de Laranja)
A história da laranja está atrelada à colonização portuguesa: a partir de 1530, os portugueses começaram a levar a sério a colonização das terras brasileiras e, para tanto, o território do País foi dividido - as capitanias hereditárias -, e entregue a homens de confiança da Corte Portuguesa que tinham que cuidar do povoamento da então colônia e da produção, na época, do açúcar.
(Pato com Laranja)
E foi a partir dessa época que surgiram no Brasil as primeiras mudas de laranjeiras. Os primeiros registros de árvores cítricas - laranjeiras e limoeiros - situam a então Capitania de São Vicente como o berço da citricultura.
As mudas e as técnicas - de plantio, de colheita e de armazenamento - foram importadas da Espanha. Uma das funções originais do plantio de frutos cítricos era combater o escorbuto por meio da produção e ingestão de vitamina C.
Mas, os primeiros pesquisadores da flora e da fauna brasileira apontam para a existência de laranjeiras selvagens e nativas no Brasil. No entanto, nunca houve a comprovação de uma espécie nativa. A laranjeira vinda da Espanha adaptou-se ao clima tropical e gerou uma variedade particular, formada pela conjunção do novo clima e solo do país recém-descoberto. Essa variedade tem reconhecimento internacional: é a laranja Baiana (ou Bahia ou 'de umbigo'), cujo surgimento, especula-se, aconteceu por volta de 1800.
E foi a laranja Baiana que criou o impulso para a expansão da citricultura brasileira. Em 1873, técnicos da cidade de Riverside, da Califórnia (EUA), levaram daqui três mudas de laranja Baiana. Apenas com essas três mudas (oficialmente), a laranja Baiana espalhou-se pelos EUA e outras partes do mundo com um nome diferente: Washington Navel (me ocorreu que é o mesmo processo de apropriação do pioneirismo da aviação sobre o qual o Brasil defende a primazia de Santos Dumont e os norte-americanos insistem pelo reconhecimento dos irmãos Wright).
A laranja é o fruto da laranjeira (Citrus x sinensis) e, assim como a modalidade Baiana é uma evolução advinda das condições climáticas e de terra (terreiro), também a própria laranja é, digamos, uma "dissidência" de outra frutas: surgiu a partir do hibridismo entre o pomelo e a tangerina, ainda na Antiguidade.
O sabor da laranja apresenta variações, conforme a espécie, em relação ao teor de açúcar e de acidez. Em geral, é consumida ao natural ou em suco. As cascas podem ser raspadas para decorar e dar sabor a uma extensa lista de pratos. Da laranja, é possível fazer uso em incontáveis produções, das salgadas (Pato com Laranja) às doces (Pudim de Laranja).
A origem da laranja situa-se em algum ponto entre a Índia e o monte Himalaia. Essa região é pródiga em frutas silvestres que deram origem às frutas "domesticadas" como a limeira (lima), cidreira (cidra), limoeiro (limão), toranjeiras (toranja), laranjeiras (laranja) e outras árvores tipicamente cítricas. A planta foi levada para a Europa no século XVI pelos portugueses e, por esse motivo, costuma-se denominar as laranjas mais doces de "portuguesas".
No interior, quando morávamos na zona rural, havia um secular pé de laranja Baiana que era por nós explorado a despeito da distância de casa e do confronto eventual com o bravio gado nelore que ficava nas pastagens que circundavam a laranjeira. Vezes sem conta nós desfrutamos da fruta doce diretamente do pé. Hoje, a laranjeira Baiana que se destacava na pastagem já não existe mais. Mas permanece a lembrança da laranja de umbigo, imensa, a pender feito bola dourada dos velhos galhos do meu próprio pé de laranja. Baiana.
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