A árvore da vida

quinta-feira, 26 de março de 2009


Hoje, 26 de março, comemora-se o dia desse fruto, nomeado lá nos meados de 1700 como o "manjar dos deuses". Para os índios, as sementes do fruto eram tão valiosas quanto o próprio fruto e convertiam-se em moedas. Um dos lendários imperadores do passado, daqueles sobre os quais lemos nos livros de História, Montezuma, recebia sementes como tributo dos súditos.


A colonização espanhola da América Central e Latina encontrou uma cultura plena quando chegou: no México e na América Central, respectivamente, astecas e maias conheciam e usavam o cacau. O cacaureiro (Theobroma cacao), chamado de cacahualt por esses povos, era considerado sagrado, por ser acreditado como de origem divina.


O cacaueiro é uma árvore cuja origem encontra-se nas florestas americanas. Ainda é possível, em países que vão do Peru ao México, se deparar com a árvore em estado silvestre. Credita-se a sua ocorrência natural às cabeceiras do rio Amazonas, a partir do qual disseminou-se em duas espécies distintas.


Uma é o Criolloe Forastero, que vai da América Central ao México, e caracteriza-se pelos frutos grandes, com superfície enrugada. As sementes são brancas, com interior branco ou violeta pálido. Esse era o tipo de cacau cultivado e cultuado pelos maias e astecas. O Forastero é a outra espécie, que se estende da Bacia Amazônica até as Guianas. É considerado o cacau brasileiro legítimo, com frutos ovais, superfície lisa e com sementes de cor violeta escura ou quase preta.


Na Bahia, que atualmente é o maior estado produtor brasileiro, o cacau chegou apenas no século XVIII, que o exportou para a África. Registros antigos esclarecem que o cultivo oficial do cacau no Brasil teve início em 1679, por determinação de Carta Régia. Inicialmente, foram feitas tentativas de plantio no Pará. E, somente em 1746, sementes da espécie Forastero foram levadas para a Bahia. Hoje, 95% da produção do cacau brasileiro são oriundas da Bahia. Desse total, 90% são exportados. O Brasil era um dos grandes produtores mundiais de cacau. Mas, cerca de 60% das plantações foram atacadas por fungos e o País passou de exportador a importador de cacau.


O cacaueiro é também chamado de árvore-da-vida e o cacau recebe o nome de "fruto de ouro". E o maior derivado do cacau, o chocolate, mundialmente consumido, é, realmente, ouro: o mercado de chocolate em todo o globo movimenta US$ 60 bilhões anuais.


O chocolate, a cujas propriedades são atribuídas 'curas' para os males do coração e do cérebro (se diz que o chocolate reduz a dor da perda e diminui a depressão), segue como um dos principais alimentos da humanidade. Não sei se pelas peculiaridades pois que desacredito delas. 


Chocolate é bom, é muito bom. E engorda. Muito. Ai que delícia. Aliás, não é que involuntariamente tenho uma bomba de chocolate na geladeira??? Ah! O meu chocolate industrial favorito é o Prestígio, daquela multinacional suíça que tomou conta de vários produtos de terreiro do Brasil.


Afora minhas rusgas com o chocolate e suas traiçoeiras consequências e com o fabricante que domina o mercado cacaueiro mundial, a região produtora da Mata Atlântica é, ainda, a Floresta do Chocolate: temos, nessa região, 476 espécies diferentes de cacaueiros. Bonito isso. 


Se Hollywood criou "A Fantástica Fábrica de Chocolate" (Charlie and the Chocolate Factory), nós temos uma real floresta da matéria fundamental para fazer chocolate.

Comments

6 Responses to “A árvore da vida”
Post a Comment | Postar comentários (Atom)

Anônimo disse...

ui. essa fábrica, a do johnny, era muito estranha, embora fantástica, como o próprio actor, e não me refiro (nem apenas nem essencialmente) a suas "propriedades" físicas. já do chocolate, mais ou menos industrial, gosto. dessa propriedades curandeiras desconheço igualmente, a não ser as duas a que se refere: ser bom e engordar! contudo, a ideia de carência associada ao consumo de chocolate lá terá sua origem. o açucar fornece energia rapidamente, que rapidamente também pode ser consumida, sei lá... açucar, energia, cérebros e males de coração... só sei de outra propriedade ou consequência interessante do chocolate :é tão gostoso que consumido em excesso enjoa, é não? é feitiço e feiticeiro, o danado!

27 de março de 2009 às 04:08
Redneck disse...

Também acho o Deep fantástico, com suas propriedades físicas e as demais. Acho justo que tenham unido Deep ao chocolate porque uma coisa lembra a outra, de alguma forma vulgar e recôndita. Agora, se estás a praticar excessos, é porque alguma das propriedades do chocolate está a ser demandada e se chegastes ao limite é porque descobriu que, no final das contas, a única faculdade do chocolate é que engorda. E disso se faz um círculo vicioso: como chocolate por que estou deprimido por estar gordo ou fico deprimido por que comi chocolate e engordei? Ai! A vida é cheia de pegadinhas!

28 de março de 2009 às 03:37
Anônimo disse...

e gorduras à parte, como chocolate por quê?! essa é mais difícil, menos comum. com eu que sou tão comum quanto é engordar com chocolate. mas há quem não engorde e coma chocolate. há quem se deprima e não coma chocolate. há quem como chocolate e emagreça... há tanta coisa. pior talvez seja mesmo não ter apetite qualquer, seja de chocolate, maçãs ou tomates (isto para referir ao cientifico e historica e culturalmente hilário post sobre essa fruta ou lá que é que até fiquei confusa! ahah. e olhe que há quem coma tomates como quem come maçãs. outros maçãs como chocolate... este é um daqueles comentes verdadeiramente pró LIXO. não querem MESMO transmitir nada, a não ser expressão da cuca que nem com chocolate lá vai! boas.

28 de março de 2009 às 13:19
Anônimo disse...

Ok, chocolate é um dos meus alimentos favoritos, se não o meu favorito....que tentação. Só é pena e que engorde tanto. Bem, paciência, não resisto a um bom Cadburry.

vou ali comer um e já volto
beijo

Ana

29 de março de 2009 às 15:00
Redneck disse...

Nada! Por falta de apetite é que não vamos nos furtar ao banquete de tantas e variadas comidas que nesta mesa se põem. Pois que com tantas dúvidas a pairar sobre nossos cardápios, é mais fácil que nos atiremos a todos - chocolates, maçãs e tomates - e nos fartemos luxuriosamente para que não nos faltem energias para segundas, terceiras e demais elocubrações, depressões, gorduras e quetais.

3 de abril de 2009 às 12:38
Redneck disse...

Ana, melhor ter vontade e satisfazê-la a ficar no desejo enrustido. Beijo!

3 de abril de 2009 às 12:39