Maíz, em espanhol, significa milho. Havia, nas Américas - do Sul, Central e do Norte - várias denominações para o cereal. Mas, quando Cristóvão Colombo levou dos EUA para a Espanha o milho, os espanhóis acharam por bem usar o mesmo termo - maíz - empregado pelas tribos sioux e iroquês para definir o milho.
De forma que a Maizena vem de maíz. Simples assim! A embalagem, amarela, remete aos grãos e a ilustração da tradicional caixinha, feita com bico-de-pena, exibe uma tribo norte-americana no processo de extração do amido pelos ancestrais dos nativos norte-americanos.
A Maizena Duryea, que deu origem ao substantivo 'maisena' (amido de milho) começou a ser vendida no Brasil em 1874. Tem, portanto, 135 anos de história no País. Em 1842, Thomas Kingsford, funcionário de uma refinaria de milho, tentava encontrar uma fórmula para simplificar a extração do amido de milho. Com o sucesso obtido, abriu uma fábrica e passou a produzir a farinha com tecnologia própria. No entanto, o processo ainda era precário e o amido de Kingsford servia somente para as indústrias de goma.
Em 1854, Wright Duryea, que trabalhava na fábrica de Kingsford, pediu as contas e abriu a Fábrica de Amido Rio Oswego. Depois, criou a Companhia Produtora de Amido Duryea. Já na época, o carro-chefe da empresa era a Maizena, para fins culinários. Mas, o uso maior era na lavanderia, para engomar roupas.
Em 1906, as empresas de Duryea e Kingsford se consolidaram e formaram o grupo Corn Products Refining Company. Depois, virou Corn Products Company (CPC). Finalmente, o CPC foi adquirido pela Unilever, que detém, atualmente, a marca Maizena.
Quando a Maizena chegou ao Brasil, em 1874, produtos como arroz e feijão eram, basicamente, vendidos a granel. Não havia o hábito de se vender produtos embalados em caixas ou em qualquer outro tipo de recipiente. A chegada da caixinha amarela de Maizena foi, portanto, um marco. O amido era usado para fazer mingau (e o é até hoje), engrossava caldos, substituía, em alguns casos, a farinha de trigo e, na falta de goma, servia para engomar as roupas.
Até 1927, a Maizena era produzida nos EUA e apenas embalada no Brasil. Em 1930, o engenheiro L.E.Miner, representante da CPC, abriu no País a Refinações de Milho Brasil (RMB), subsidiária da proprietária da marca. Desde então, a Maizena é produzida no Brasil.
Com a aquisição da CPC pela Unilever, também as subsidiárias como a RMB foram compradas pela multinacional norte-americana. A Maizena, no entanto, permanece como marca líder do mercado e disseminou o substantivo 'maisena', que designa todas as demais marcas de amido de milho existentes.
Do meu contato com a Maizena, que vem de tempos imemoriais (me refiro à poética do termo 'imemoriais', e não do percurso do tempo), me recordo sempre do amarelo da caixinha, do amarelo do creme de laranja feito às pressas em precários fogõezinhos de três tijolos. Era uma tradição diária em casa, entre meus irmãos e eu. Todo dia, toda tarde, tinha creme de laranja feito com suco de laranja, Maizena e açúcar. Tempo bom por demais!
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